Conceitos como adaptabilidade, resiliência e versatilidade são cada vez mais aplicadas no mundo dos negócios, afinal, a economia global está cada vez mais dinâmica e instável. Esse estado de mudança constante de cenários junto a maior diversidade de pessoas e culturas com as quais os negócios devem lidar vem demandando mudanças profundas no modo como os negócios atuam.
Essas mudanças, claro, começam pela mudança de processos internos e, principalmente, da filosofia de colaboradores e gestores. A figura do líder, por exemplo, é cada vez mais evocada no lugar a figura do “chefe”. Ou seja, a pessoa capaz de inspirar e motivar a sua equipe – o líder, é mais valorizada do que aquele responsável pela simples imposição de disciplina e transmissão de ordens.
No entanto, não é qualquer líder que é valorizado. Hoje, o líder precisa ser capaz de se reinventar frente a cada nova situação e contexto em que se encontra. Foi com esse pensamento que Paul Hersey e Kenneth Blanchard criaram a teoria da liderança situacional.
Após extensa pesquisa empírica, a dupla conseguiu detectar uma característica fundamental em líderes de destaque: eles eram capazes de extrair o melhor dos seus liderados mesmo em situações inéditas ou mesmo completamente desfavoráveis. Como?
Adaptando a sua própria atuação de acordo com a situação em que se encontravam ou com o perfil das pessoas que se relacionavam. De certa forma, um único líder poderia assumir diferentes papéis para atingir os seus objetivos. Isso só é possível quando um profissional reúne uma série de características e é justamente sobre essas características que vamos falar nesse post. Confira!
Indice
Conhecimento dos liderados
Toda empresa é composta por uma pluralidade de pessoas que carregam diferentes histórias, valores e temperamentos. Tudo isso reflete em maneiras únicas de trabalhar que, no entanto, devem estar alinhadas para que o trabalho individual encontre eco na atuação em equipe e resulte em resultados melhores para toda empresa.
Alinhar diferentes perfis, no entanto, pode não ser uma tarefa fácil caso o líder não tenha sensibilidade de entender que pessoas diferentes demandam tratamento e acompanhamento diferentes.
O primeiro passo para saber como lidar com seus funcionários é conhecê-los: logo você irá entender que alguns lidam melhor com rotinas de trabalho mais rígidas, focadas em metas e prazos. Outros profissionais, no entanto, precisam de mais liberdade para atingirem o seu potencial e talvez exijam um acompanhamento mais distante – o que não significa que eles não devem ser acompanhados como todos os outros.
Capacidade de transmitir conhecimento
Uma das tarefas mais importantes de toda a liderança é transmitir conhecimento para a sua equipe, permitindo que cada membro dessa ganhe cada vez mais autonomia e capacidade de crescimento. O líder situacional deve ter plena consciência que a forma mais eficiente de ensinar e treinar é através do exemplo.
Por isso, é importante que o líder acompanhe cada novo passo de um membro da sua equipe em determinada atividade e os ajude a enxergar não só como determinada tarefa deve ser executada, mas também salientar a importância daquela tarefa no contexto geral da empresa.
Assim, o funcionário será capaz de ver que ele não deve executar determinada ação simplesmente porque ele está sendo ordenado para isso, mas porque aquela ação irá reverberar em outras áreas da empresa e ajudar a trazer resultados positivos para todos.
Segurança para delegar
Todo líder deve buscar o aumento da autonomia de seus liderados de forma constante. Por isso, a tarefa de delegar tarefas para a sua equipe não é só uma atitude necessária – afinal, apenas o líder não pode resolver todos os problemas sozinho, mas extremamente efetiva para o amadurecimento e aperfeiçoamento de toda a equipe.
O líder situacional, no entanto, deve entender que a delegação de tarefas vai muito além de um simples sistema de recompensas ou divisão de trabalho. A escolha de qual profissional será responsável deve ser feita de acordo com o que falamos no primeiro item: o perfil de cada colaborador.
Dessa forma, um liderado não deve ser responsabilizado para aplicar determinada ação simplesmente porque ele pode fazer aquilo bem, mas sim porque aquela ação irá ajudá-lo a aperfeiçoar os seus pontos positivos ou mesmo a corrigir alguma deficiência.
Um exemplo básico é o do funcionário que tem problemas de organização da mesa da sua mesa de trabalho, o que vem atrapalhando o seu desempenho.
Estimulá-lo a apresentar um programa como o 5S para todo o escritório poderá ajudá-lo a descobrir melhores maneiras de se autodisciplinar ao mesmo tempo que irá trazer ganhos para toda a equipe.
Da mesma forma, um funcionário que desenvolveu uma rotina de trabalho pessoal bem eficiente pode ser convidado a compartilhar os seus métodos com toda a equipe tendo, assim, seu trabalho reconhecido.
Assertividade na leitura de cenários
Hoje em dia, é praticamente impossível não tocarmos no assunto crise. Com a economia instável, várias empresas vem lidando com cenários desfavoráveis e manter um bom ambiente de trabalho está se mostrando uma tarefa complicada, uma vez que há uma constante tensão em diversas empresas do país.
É justamente nesse momento de crise que o líder situacional deve demonstrar que ele realmente é capaz de lidar com diferentes cenários. É importante que ele tenha em mente que a motivação dos seus funcionários em tempos de prosperidade pode ser completamente oposta aos momentos de crise.
É comum que, durante períodos turbulentos, as empresas queiram correr menos riscos e se ater ao básico. Essa perspectiva, claro, repercute nos funcionários mas deve ser controlada para as lideranças para que a precaução não se transformar paralisia. Por isso, cabe ao líder a sabedoria de equilibrar a cobrança por resultados com a motivação para a inovação mesmo em momentos complicados.
Manter estímulos para que os seus funcionários possam dar opiniões e propor novas soluções é uma boa maneira de manter um clima saudável e a competitividade do seu negócio. O importante, enfim, é mostrar que a liderança continua acessível, disposta a escutar e levar em conta os pontos de vista e habilidades dos seus funcionários para, juntos, construírem uma empresa cada vez mais forte e segura.
Você está preparado para se tornar um chefe motivacional? Caso tenha alguma dúvida, envie sua pergunta na nossa caixa de comentários!
José Claudionor é CEO da ADV Tecnologia, com mais de 30 anos de experiência em sistemas de gestão inteligentes para indústrias e distribuidoras