Das mais de 7 milhões de empreendedoras que atuam no Brasil, segundo dados do Sebrae, 70% são mães. Elas conciliam os cuidados com o filho, educação, tempo para lazer e a vida de empresária. Muitas delas acabaram seguindo o caminho do empreendedorismo pela flexibilidade, porém as dificuldades são gigantes para mulheres que têm dupla jornada. Hoje, em homenagem ao mês dedicado para elas, vamos contar a histórias de duas mães empreendedoras.
Se você conhece, ou é uma das mães empreendedoras do Brasil, conte sua história para gente nos comentários.
Rosilene Fagotti, 55 anos, empresária do ramo da moda e confecção
Faz quase 30 anos que Rosilene decidiu se tornar empreendedora, na época, ela já era mãe do Marco Arthur, que tinha apenas 2 anos. “Foi muito difícil ter que conciliar tudo, pois ele era pequeno e eu sabia que precisava de mais atenção. Acabei compartilhando com ele muitos momentos dentro da empresa”, relembra a empresária.
Rosilene conta que veio de uma família com comércios e acabou “pegando gosto” pelo ramo. Seus pais sempre ensinaram que ela devia lutar pela sua independência e, portanto, não sofreu preconceito por querer estar a frente de uma empresa e ter a responsabilidade de mãe. “Hoje, eu faria um pouco diferente. Tentaria desacelerar um pouco minha vida. Mas fiz tudo com amor e da melhor forma que pude”, ressalta.
Para não deixar o lazer de lado, Rosilene contou que sempre tentava viajar uma vez ao ano com o filho. Desta forma, ela ficava longe de empresa e dedicava 100% do seu tempo a ele.
Hoje, depois de quase 30 anos, o filho, Marco Arthur, seguiu os passos da mãe. “Ele não quis sair do ramo e hoje trabalha comigo. Ele sempre esteve no nosso meio, então acredito que acabou influenciando”, disse, orgulhosa da decisão do filho. Marco Arthur trabalha como supervisor comercial, mas também auxilia no planejamento financeiro e desenvolvimento do produto.
Como uma das milhares de mães empreendedoras do Brasil, Rosilene tem garra e não desiste de ir em busca de seus objetivos.
Ana Lúcia Silva, 40 anos, empresária do ramo da beleza
Ana Lúcia foi inspirada por outras mães empreendedoras a se tornar uma empresária. Ela ainda não tinha filhos, quando decidiu abrir um salão de beleza pequeno, na época, na frente da sua casa. Com o passar dos anos, foi comprando materiais e aumentando a estrutura da empresa.
Com o tempo, além de fazer crescer seu negócio, sua vida “ganhou outro sentido”, como ela costuma dizer, com a chegada de suas duas filhas. “Foi muito difícil, pois a minha única responsabilidade era cuidar do meu salão e, de repente, precisei cuidar de dois seres humanos”, conta Ana Lúcia.
No começo, ela disse ter contado com a ajuda de funcionários, já que o cheiro forte de alguns produtos a incomodavam. No entanto, depois de dar à luz, conciliou todas as tarefas e obrigações. “A mulher que é empresária precisa ter a ajuda do pai das crianças. Não só a empresária, mas qualquer mãe. Ter dupla jornada é difícil e cansativo, por isso as responsabilidades precisam ser divididas”, explica a empreendedora.
Hoje, Ana Lúcia conta que acredita que irá viver em um mundo onde as mães que tiveram qualquer profissão serão reconhecidas e tratadas com respeito. “Muita gente duvida da nossa capacidade, acha que a gente não vai dar conta, porque se o filho ficar doente não vamos trabalhar. Mas não é bem assim”, relata.
Como uma das milhares de mães empreendedoras, Ana Lúcia luta para que todas as mulheres e mães possam ser reconhecidas no mercado de trabalho.
José Claudionor é CEO da ADV Tecnologia, com mais de 30 anos de experiência em sistemas de gestão inteligentes para indústrias e distribuidoras