Em tempos de crise, em que os negócios e as vendas costumam estar bem abaixo do esperado, manter o equilíbrio emocional, o bom humor e não demonstrar preocupação com a situação atual pode ser um verdadeiro desafio para líderes e gestores, que precisam encontrar um equilíbrio para manter o negócio rodando e fazer o que for possível para vender mais na crise.
Por isso, a inteligência emocional é um fator determinante nessas épocas. Quando um líder trabalha sobre muita pressão, assumindo todas as responsabilidades e funções dentro de uma empresa, tende a perder facilmente o equilíbrio e o controle da situação, tomar decisões erradas, e seu relacionamento com sócios, colaboradores e clientes pode ser afetado, prejudicado ainda mais o negócio e ocasionando uma queda ainda mais acentuada nas vendas.
Isso mostra como vender mais na crise tem tudo a ver com o controle da inteligência emocional, e como essa capacidade é fundamental para qualquer cargo de liderança. Gestores que conseguem manter o equilíbrio, analisar a situação com um olhar mais crítico e pensar fora da caixa tendem a encontrar soluções para os problemas de forma mais fácil, além de garantir um melhor relacionamento com seus colaboradores e clientes.
Nesses cenários, a inteligência emocional requer que os gestores trabalhem dois tipos de habilidades: as habilidades interpessoais e intrapessoais. Neste artigo, vamos entender um pouco mais como essas habilidades contribuem para a inteligência emocional, e o que os gestores devem fazer para aprimorar estas habilidades. Continue lendo!
Indice
Habilidades interpessoais
As habilidades interpessoais dizem respeito à forma como nos relacionamos com outras pessoas. E elas são fundamentais, pois, em uma empresa, os gestores estão constantemente lidando com outras pessoas, sejam sócios, colaboradores, clientes ou fornecedores.
Quando estamos emocionalmente abalados ou sob grande pressão psicológica, tendemos a perder a calma com mais facilidade, às vezes tratando colaboradores da forma como não deveríamos, ou até mesmo discutindo com sócios e clientes. Dento de uma organização, as habilidades interpessoais podem ser divididas nas 3 outras categorias que veremos a seguir.
1. Consciência social
Gestores que desenvolvem esta habilidade conseguem entender facilmente as emoções, necessidades e preocupações de outras pessoas. Além disso, uma boa consciência social também ajuda a reconhecer as dinâmicas de poder dentro de um grupo. E como isto pode ajudar uma empresa a vender mais na crise?
Basta imaginar o poder desta sensibilidade ao reconhecer facilmente o que seus clientes precisam. Nessas épocas, o comportamento dos clientes também muda, e quem conseguir identificar rapidamente suas necessidades, com certeza obterá grandes vantagens sobre a concorrência.
2. Gestão de relacionamentos
Manter um bom relacionamento com todos os stakeholders é essencial em tempos crise. A preocupação sobre o negócio não pode ser transpassada aos colaboradores, e o gestor precisa desenvolver ainda mais a capacidade de inspirar e influenciar seus funcionários a darem o melhor de si.
Além disso, manter a alegria e a confiança ao se relacionar com fornecedores e clientes também ajuda a conseguir melhores negociações e a passar mais confiança para que todos façam bons negócios.
3. Comunicação
Manter uma boa comunicação com sócios, investidores e o conselho (quando houver) ajuda a aliviar a pressão sobre os gestores. Quando a comunicação é clara e objetiva, e mostra todos os esforços que estão sendo realizados pelas equipes, ela reduz as cobranças e prova que tudo que está ao alcance está sendo feito.
A comunicação interna com colaboradores também é essencial para passar tranquilidade à equipe. Qualquer time sob muita pressão tende a não render da mesma forma, o que acarreta diretamente em queda nas vendas.
Habilidades Intrapessoais
As habilidades intrapessoais dizem respeito a como os gestores reagem à pressão de forma pessoal — ou seja, como eles próprios lidam com situações negativas. Essas habilidades podem ser divididas em 2 categorias.
1. Autoconsciência
É a capacidade de o gestor conhecer a si próprio em termos de comportamento. Essa habilidade diz respeito a quanto o gestor tem consciência sobre a gravidade de cada situação e como ele se responsabiliza por cada acontecimento. Em tempos de crise, há gestores que preferem apenas acompanhar os fatos e aceitar a derrota, procurando culpados ou achando que simplesmente não há nada que possa ser feito.
Por outro lado, existem gestores que, apesar de reconhecerem as dificuldades da situação, também procuram oportunidades, acham formas de inovar seus produtos ou serviços, buscam atender ainda melhor seus clientes e conseguem vender mais na crise.
2. Autogerenciamento
O autogerenciamento diz respeito à capacidade de o gestor gerir suas próprias emoções, seu estado de espírito e seu senso de humor. E esse autogerenciamento é fundamental para que o gestor consiga pensar em alternativas com mais clareza e não comprometa suas habilidades interpessoais, como o relacionamento com colaboradores e clientes.
O autogerenciamento também diz respeito a como um gestor consegue suportar a pressão sobre uma situação negativa, seja pela cobrança dos sócios e investidores, ou pelo fato de não estar atingindo os resultados esperados.
Como desenvolver sua inteligência emocional
Seja em uma microempresa ou uma multinacional, as habilidades interpessoais e intrapessoais são fundamentais para uma gestão eficaz e de bons resultados — e são ainda mais importantes em tempos de crise!
Poucas pessoas nascem com todas essas habilidades desenvolvidas, e a boa notícia é existem formas de aprimorá-las para que consigamos transformá-las em resultados concretos, ajudando até mesmo uma empresa a vender mais na crise. Vejamos algumas dicas para exercitar a inteligência emocional como gestor:
- Realize um processo de coaching de autoconhecimento — isso pode ajudar uma pessoa a aprender a lidar com as próprias emoções, entendendo suas limitações e ajudando a potencializar suas qualidades em benefício dos negócios.
- Procure mais oportunidades, mesmo nas situações mais difíceis — em uma situação de baixa nas vendas, é preciso entender o acontecimento a partir de uma visão macro, procurando aspectos positivos e transformando-os em alguma nova oportunidade.
- Capacite-se ainda mais e aplique todo o conhecimento possível em prol do negócio. Tempos de crise podem ser ótimas oportunidades para aprimorar suas habilidades sobre gestão e sobre o negócio como um todo.
- Reforce a importância da equipe, e fomente a ideia de que uma equipe unida tem mais força para enfrentar os desafios na empresa. Faça sessões de brainstorming constantes, peça feedbacks, e esteja sempre aberto a novas ideias.
- Desenvolva uma automotivação diária, tanto pessoal quanto com todo o time, e busque sempre fazer algo novo e melhor. Essa motivação ajuda a manter o time mais empolgado refletindo diretamente em melhores resultados nas vendas.
- Use a tecnologia a seu favor. Não absorva toda a pressão de gerir um negócio ou tente resolver todos os problemas sozinho; especialmente em pequenos negócios, é comum seus gestores acumularem diversas tarefas técnicas e administrativas. Procure utilizar um sistema que apoie na gestão no negócio, que irá automatizar parte dos processos, entregar relatórios e ajudar a visualizar a organização de uma forma muito mais clara e organizada. A utilização de um software de gestão, por exemplo, ajuda o gestor a reduzir o desgaste emocional, já que tem todas as informações em único lugar.
Como vimos, a inteligência emocional é essencial na gestão de um negócio e pode garantir melhores condições para as tomadas de decisão corretas, um melhor relacionamento com colaboradores e clientes, e ajudar diretamente uma empresa a vender mais na crise.
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José Claudionor é CEO da ADV Tecnologia, com mais de 30 anos de experiência em sistemas de gestão inteligentes para indústrias e distribuidoras